09 junho 2009

Enchendo LINGUIÇA

Nem todos que convivem comigo hoje sabem que eu tive uma infância incomum. Fui uma criança digamos instrospectiva. Gostava de ler livros pouco habituais, ver filmes de ficção científica , tirar as melhores notas da turma, ler gibis de heróis com personalidade mea-culpa e claro, aqui e acolá, uma revistinha de putaria (porque ninguém é de ferro, não é verdade?!).

Junto a esses elementos, um visual pra lá de estranho, coisa bem apavorante mesmo. Usava óculos fundo de garrafa, aparelho ortodôntico "freio de burro", cabelo do tipo homem aranha emo, um bizarro corretor de colunas e alguns meses antes, acreditem, botas ortopédicas. Pra se ter uma idéia, só beijei na boca aos 16 anos porque uma doida parecida com Hebe Camargo me agarrou a força.

Meu pai chegou até a desconfiar de minha masculinidade. É tanto que quando ele morreu eu tinha 13 anos, ou seja, ele morreu achando que eu dava o c*. Apesar de tudo isso, me tornei um adulto normal, sou uma pessoa ligeiramente engraçada e como disse meu chefe outro dia, um dos poucos seres humanos capazes de rir das próprias desgraças. Com um detalhe: não acho que elas foram desgraças pra mim.

Pelo contrário, nunca culpei Deus pela minha feiura, cegueira, dentes de coelho, coluna torta e pés três pras quatro. Me resignei e procurei, na medida do possível, ser o melhor dentro das minhas condições. Claro que ainda não consegui. A evolução é uma jornada longa e na maioria das vezes difícil de alcançar. Portanto, se você é como eu fui, lembre-se que um dia, tudo pode subitamente mudar. Pode apostar!!

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