31 março 2010

Tirinha do DIA (#043)

Aspirado daqui.

DEZ Pérolas do TWITTER (#001)


1)Se Pelé vai ser o comentarista da copa no SBT, Sílvio Santos bem que poderia convidar a Luciana Gimenez para ser a narradora. #rodrigocortez;

2)Primeiro dia sem Wilma como governadora e sem BBB? Alguém me belisca que eu devo estar sonhando! #georgevale;

3)Lula inspirou Dourado: "Minhas derrotas eu perco para ganhar." #adailton;

4)Ricky Martin assumiu que era gay. Pronto, só falta o Niemeyer assumir que é um senhor centenário. #bmazzeo;

5)Podem dar esse prêmio pra quem quiserem, mas acabem logo com essa merda, pelamordedeus. #ivanmoraesfilho;

6) O que é brochante pra mim? Homem que escreve errado a própria língua. #cecilec;

7) "Banda Garota Safada vai animar posse de Iberê." Ou seja, o cara já vai assumir fazendo merda! #patriciojr;

8)Se um dia eu chegar a 1000 seguidores vou me dar um uísque de presente. E se eu não chegar, também. #ivanmoraesfilho;

9) Para quem vivia cantando "não se reprima", quando ainda era um menudo, até que demorou para Rick Martin sair do armário. #alvarofilho;

10)Em terra de Saci qualquer chute é voadora! #veiotarado.

30 março 2010

Antes TARDE do que NUNCA

Governadora Wilma entrega o cargo nesta quarta (31).

Sobre NADA e coisa NENHUMA (#002)

Que rufen os tambores, o BBB acaba hoje. Retardante, viciante, sem conteúdo e às vezes apelativo, o reality show que já dura dez edições, encerra suas atividades tendo como finalistas, um ogro homofóbico, uma dentista patricinha com dulpa personalidade e um bombadão com cara de garoto criado pela avó. A fórmula que já intriga até estudiosos, é um sucesso que parece não ter data para acabar.

Sem acrescentar nada, o Big Brother deixa seu legado de meia dúzia de famosos com tempo de validade, seis ou sete capas da Playboy e quem sabe um ator ou atriz de quinta. Sou telespectador do BBB, não nego, mas reconheço a enorme perda de tempo que é dedicar vinte minutos que seja ao programa. Como seres idiotizados, somos atraídos pelo fútil e a curiosidade ávida de sensacionalismo e excitação banal.

Nós assistimos graças à debilidade e nulidade do espetáculo, ou as pessoas assistem porque ali se reconhecem e/ ou assistem para se sentirem menos idiotas que os protagonistas. Me envergonha ter que admitir isso. Mais é assim que acontece. Não adianta culpar a falta de programação, para isso existem os livros. Seja aqui ou em qualquer outro lugar, o ser humano gosta é disso: Exposição gratuita.

Ademais, já vai tarde BBB.

28 março 2010

Sobre o BBB, música ERUDITA e SILICONE

Na minha opinião, eu acho que essa galera que assiste Big Brother tem um pé no retardamento. Sim, porque veja bem, não existe nada de atraente em ver meia dúzia de marmanjos e gostosonas saradas convivendo em uma mansão só pra ganhar R$ 1,5 milhão de reais. E as provas?! E as confissões?! E as festas?! E a bebedeira?! E os pegas?! Tudo vazio, sem atrativo nenhum...

Bom mesmo é ligar no canal 5 e ver a reprise do programa Clássicos Eruditos (sic) ou um documentário sobre Zumbi dos Palmares. Quem é Zumbi dos Palmares?! Não é o irmão do Tião Macalé!! Não?!! Ah, deixa. Cultura mesmo é na madrugada de sábado na Band. Peitos siliconados e orgasmos múltiplos fingidos. Aliás, quem mais acha que o ogro, homofóbico e machista vai ganhar o BBB?!

Não que eu assista, assim... curiosidade e tals...

Piada do DIA

Fonte: Seu Boga.

27 março 2010

Justiça FEITA

O juiz Maurício Fossen anunciou às 0h27 de hoje, que Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá foram considerados culpados de matar a filha dele, Isabella Nardoni, em março de 2008. Os jurados entenderam que a menina foi asfixiada pela madrasta e jogada pela janela do apartamento do casal, no sexto andar de um edifício em São Paulo, pelo pai. O julgamento durou cinco dias e acabou hoje.

As penas estabelecidas são de 31 anos, um mês e dez dias de reclusão para Nardoni e de 26 anos e oito meses para Anna Carolina, por homicídio triplamente qualificado (meio cruel, sem chance de defesa e vítima menor de 14 anos), em regime fechado. Os réus ainda foram condenados a mais oito meses de reclusão cada um por fraude processual. Justiça feita meus amigos.

E agora, ainda vão matar criancinhas seus fulera?!

26 março 2010

De CORDEL

..E eu que fui enjeitada
Só porque era furada.
Me botaram um pau na boca,
Sabão grudaram no furo,
Me obrigaram a levar água
Muitas vezes pendurada,
Muitas vezes num jumento.

Era aquele sofrimento,
As juntas enferrujadas.
Fiquei com o fundo comido.
Quando pensei que tivesse
Minha batalha cumprido,
Um remendo me fizeram:
Tome madeira no fundo
E tome água e leva água,
E tome água e leva água.

Daí nasceu minha mágua:
O pau da boca caía,
Os beiços não resistiam.
Me fizeram um troca-troca:
Lá vem o fundo pra boca,
Lá vai o pau para o fundo.
Que trocado mais sem graça
Na frente de todo mundo.
E tome água e leva água
E tome água e leva água.

Já quase toda enfadada,
Provei lavagem de porco,
Ai mexeram de novo:
Botaram o pau na beirada.
E assim desconchavada,
Medi areia e cimento,
Carreguei muito concreto
Molhado duro e friento,
Sofri de peitos aberto,
Levei baque dei peitada.

Me amassaram as beiradas,
Cortaram minhas entranhas.
Lá fui eu assar castanha,
Fui por fim escancarada.
Servi de cocho de porco
Servi também de latada.

Se a coisa não complica,
Talvez eu seja uma bica
Pela próxima invernada.
E inverno é chuva, é água,
E eu encherei outras latas
Cumprindo minha jornada.

(Agruras da Lata D'água / Jessier Quirino)

25 março 2010

Entre ASPAS (#026)

Tenho as costas largas, boas para bater...

Ronaldo Fenômeno, depois do fiasco contra o Paulista.

Gasolina MAIS barata em NATAL

Os preços da gasolina, do álcool, do diesel e do gás natural veicular estão mais baixos em Natal, segundo pesquisa do Instituto Procon. Constatou-se redução média de 8,71% para o álcool e de 2,58% para a gasolina comum, em relação aos preços de fevereiro de 2010. O Diesel e o gás natural veicular também baixaram de preço.

Considerando que no Brasil, a gasolina é até 59% mais cara em relação aos outros mercados internacionais, podemos até considerar essa, uma notícia razoável. Duvido muito que ela continue nessa patamar já que diferente de alguns países, não usamos a famigerado "dois pesos, duas medidas" em matéria de preço de combustível.

Logo, corre pro posto negada!!!!!

24 março 2010

Salve a ÁGUA potável DE NATAL

Campanha Água Potável - Abaixo Assinado Aqui.

Caixa de ENTRADA

Firewall é o nome dado ao dispositivo de uma rede de computadores que tem por objetivo aplicar uma política de segurança a um determinado ponto de controle da rede. Tendo conhecido o conceito vamos então a analogia: Uma célula humana tem aproximadamente 75mb de informação genética.

Um espermatozóide tem metade: 37.5Mb. Um ml de sêmen contém 100 milhões de espermatozóides. Em média, uma ejaculação dura 5 segundos e libera 2.25ml sêmen. Isso significa que em uma penetração, o membro masculino injeta (37.5MB x 100,000,000 x 2.25)/5 = 1 687 500 000 000 000 byte/segundo = 1,6875 Terabyte/seg.

Em resumo, o óvulo feminino resiste ao ataque de 1,5 terabyte por segundo, deixando passar apenas 1 pacote de dados. Isso eleva ele a posição de melhor dispositivo de Firewall do planeta! O único contratempo é que esse único pacote de informação trava todo o sistema por 9 meses.

Aspirado daqui.

Rapadura NEWS (#010)

Filho perdido da governadora é encontrado em Parnamirim.

23 março 2010

Lendas do ACARI MARAVILHOSO (#003)

Esqueçam tudo que vocês ouviram falar sobre Chuck Norris. Aqui em Acari existe uma mulher, um mito, o único ser na face da terra capaz de bater no machão americano: Dona Josefa*, ferreira da serraria. Com pouco mais de 1,50m, ela parece o cruzamento de uma cabra e um pé de alfazema braba. Sua aparência lembra o vilão Mun rá dos Thundercats, sua simpatia a do lendário Seu Lunga.

Outro dia ouvi de Dona Josefa* a seguinte frase: "Se tiver achando ruim, traga sua mulher pra cozinhar para você...". E olhe que eu apenas comentei sobre a repetição do tipo de feijão no cardápio da quentinha!!! Desculpe Dona Josefa*, nunca mais cometerei tal desatino. Dizem que a lágrima de Dona Josefa* cura o câncer. Quer dizer, curaria se ela chorasse. Ali, nem com pisada no pé!!

Ela mesma disse ter contato até o infinito duas vezes (e ai de quem disser que é mentira). Reza a lenda que o herói, seu marido, treme nas bases quando se aproxima a hora dela chegar em casa. "Um cuscuzinho com ovo minha lady?!", diz o mela-cueca com voz de maricotinha. Apesar de toda essa ternura e meiguice (pra não dizer o contrário), eu gosto dela. Salve, salve Dona Josefa*, a Chuck Norris de Acari!!.

Destinatário >>>>> BELA

Bem-querer




Um acalanto, Bela,

para o teu amor

plantado em Jardim.

Não chores, Bela,

mesmo sabendo que ficas mais bonita

com olhos marejando saudade.


O que guardas de bom

é o teu bem-querer (que anda contigo)

de um amor que não parte,

porque repartido.


***

Poema do livro Vasto, da poeta Lisbeth Lima.

21 março 2010

Piadas INFÂMES (#038)


O sujeito entra no banco:

- Quero abrir uma porra duma conta!

- Como assim? - responde a caixa, indignada.

- Tá surda? Já disse que quero abrir uma porra duma conta bancária!! - Grita o brutamontes.

- Olha, neste banco não toleramos esse tipo de linguagem... - diz a caixa educadamente.

Ela sai e volta escoltada pelo gerente:

- Algum problema?

- Problema nenhum - insiste o homem - só que acabo de ganhar R$ 10 milhões na MegaSena e queria abrir uma porra duma conta bancária.

O gerente:

- Claro, cavalheiro. E essa vaca ainda não atendeu o senhor?

19 março 2010

De TRADIÇÃO

Hoje, segundo a tradição católica comemora-se o Dia de São José. De acordo com a Bíblia, José foi o pai de Jesus e compaheiro de Maria. O culto a São José começou provavelmente no Egito, passando mais tarde para o Ocidente, onde hoje alcança grande popularidade até mesmo em países sem muita tradição católica.

Para o sertanejo, o dia de São José é mais que um dia para novena, saldar promessas e etc. Significa o divisor de águas para um bom inverno. A julgar pelo clima aqui no Seridó, digamos que o prognóstico não seja lá dos melhores. De mais a mais, cabe a todos torcer para que esse quadro mude. Eita quentura!!

Rapadura NEWS (#009)

18 março 2010

Entre ASPAS (#025)

A literatura só dá dinheiro a um mago, a um bruxo, que é Paulo Coelho. Escreve mal, só diz e só escreve besteira, mas é milionário, com livros publicados em todo o mundo.

Neil de Castro, em entrevista ao Zona Sul, sobre Paulo Coelho.

Rapadura NEWS (#008)

O sonho potiguar de ser uma das sub-sedes do mundial de 2014 pode estar ameaçado. É que, como já noticiaram o Natal Como Te Amo, o Las Pitombas e meia dúzia de outros sensatos, o projeto de engenharia da Arena das Dunas não existe no papel. A única coisa que existe de fato, é uma merda de maquete digital apresentada a FIFA (que por sua vez é outra culpada) e nada mais.

Para acabar de azedar o caldo, o implosão do Machadão é inviável haja visto que se trata de uma estrutura aberta. Se fosse fechada, ótimo, tudo ia pra os ares e ponto final. Explodir também está fora de cogitação uma vez que prédios residenciais, o comércio e a densidade populacional torna a opção inviável. E ai é que o único jeito parece ser mesmo o de ampliar o Machadão. Do contrário, adeus Copa!!

Não sei porque, mas eu já desconfiava disso...

Dia do DEMOLAY

Hoje comemora-se o Dia do Demolay. Conheça a ordem aqui.

17 março 2010

Lendas do ACARI MARAVILHOSO (#002)

Genuína* tem trinta anos e nunca tinha visto o mar. Caçula de uma família de oito filhos e poucos recursos, nasceu em uma pequena cidade potiguar – Acari. Certo dia a moça foi convidada a morar na capital. A vaga de emprego era o de babá em uma casa de família. Genuína*, que sempre gostou de crianças, não teve problemas com o nova função, embora antes fosse verdureira em feira livre.

Sua patroa ouviu de Genuína* que ela nunca tinha visto o mar. Sensibilizada com a confissão da moça, a patroa granfina levou a babá até a praia mais próxima de seu apartamento. Ainda no caminho, a moça não escondia a emoção. Tá perto senhora? - Ela perguntava. Lá chegando, Genuína* não conteve as lágrimas e correu em direção ao mar com se tivesse visto uma piscina de sorvete.

Passado o êxtase, eis que a high society diz a empregada: - Sabia que essa água toda é salgada? Genuína* olha fixamente para a patroa, faz cara de descrença e responde com autoridade: - Patroa, também não precisa “mangar” de mim, a senhora por caso acha que vou acreditar que salgaram esse mar todinho essa menina?!!! . Matuto é matuto...

* Nome alterado propositalmente.

16 março 2010

Post SCRIPTUM (#002)

Sou fã incondicional e profundo admirador do escritor potiguar Ney Leandro de Castro. Não o conheço pessoalmente, mas sou leitor assíduo de sua obra já faz algum tempo. Abaixo, um Ctrl C - Ctrl V de sua última entrevista (11/02) em solo potiguar, concedida ao periódico Zona Sul. Boa leitura.

ZONA SUL – Você nasceu em Caicó, mas trocou a cidade por Natal aos cinco anos. Recorda alguma coisa dessa época?
NEI – Meu pai foi delegado de polícia em Caicó durante dez, quinze anos. Dos meus irmãos, apenas dois nascemos lá: eu e Berilo de Castro, que é médico. Não lembro muita coisa, pois saí de lá aos cinco anos. Minhas lembranças da infância começam realmente em Natal. Recordo, por exemplo, da Rua Professor Zuza, a primeira onde morei.

ZONA SUL – Então a sua cidade é Natal...
NEI – Sim, é Natal.
ZONA SUL – Quais as lembranças mais antigas que você guarda de Natal? Do que você costumava brincar?
NEI – Quando eu tinha dez anos de idade, a Rua Apodi era um areal que ia bater no Morro do Estrondo. Era naquela rua e nas suas transversais onde jogávamos futebol. Joguei muito tempo, cheguei a ir para o infanto-juvenil do América.
ZONA SUL – Além de jogar futebol, o que mais o Nei Leandro menino fazia?
NEI – Também tinha a natação no Rio Potengi. Eu era daqueles meninos que nadava, atravessava o rio, participava dos campeonatos de cangapé, pulava da Pedra da Chapuleta e pescava morés e outros peixes bobos que têm lá naquela margem do rio... São lembranças maravilhosas.
ZONA SUL – Nessa época você já dividia os jogos de bola e os esportes aquáticos com a leitura?
NEI – Comecei a ler aos 11 anos de idade, influenciado por meu pai, que era um leitor assíduo. Antes eu lia os livros católicos do padre Eymard L´Eraistre Monteiro, que eram uma tortura. Quem se classificava em primeiro lugar na disciplina do padre ganhava livros profundamente desagradáveis. Era obrigado a ler e a comentar em classe aqueles livros que prometiam o reino dos céus e que diziam que o bom comportamento levava direto ao paraíso. Eu ficava profundamente entediado com aquilo.
ZONA SUL – Ao sair do Atheneu você foi estudar na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Por que escolheu o curso de Direito?
NEI – Meu pai queria que eu fizesse Direito. Eu não. Outro motivo é que Letras, no início dos anos 1960, era um curso muito fraquinho, muito primário. Então, escolhi Direito para atender pedido do meu pai e também porque havia professores como Câmara Cascudo, Américo de Oliveira Costa, Véscio Barreto e Edgar Barbosa. Eram intelectuais e pessoas a quem eu admirava. Fui mais por isso, até porque nunca gostei de Direito, acho horrível. Eu jamais seria advogado.
ZONA SUL – Nessa época você já imaginava que escrever poderia ser um caminho?
NEI – Escrever não é um caminho porque não leva a nada, em termos financeiros. Estou lendo um livro sobre Drummond no qual ele diz como ganhou tão pouco com sua poesia. E olha que ele é o nosso maior poeta. A literatura só dá dinheiro a um mago, a um bruxo, que é Paulo Coelho. Escreve mal, só diz e só escreve besteira, mas é milionário, com livros publicados em todo o mundo. Você chega a Paris, como estive há pouco tempo, em Florença ou em Roma, e os livros dele entopem as prateleiras.
ZONA SUL – Como surgiu a oportunidade de escrever no Pasquim? E o pseudônimo Neil de Castro?
NEI – Depois de ver aquela publicação maravilhosa, irônica, brincalhona e criativa, escrevi uma crônica nesse estilo e levei para Millôr Fernandes. Ele ficou entusiasmado: não só publicou o texto, fez também uma introdução dizendo que havia um novo cronista e tal. Puxa, fiquei nas nuvens, né? Adotei o quase pseudônimo Neil de Castro porque Ziraldo achou que meu nome era muito grande. Pediu para diminuir. Botei Nei L de Castro. Virou Neil e ficou conhecido. Tem gente no Rio que até hoje me chama de Neil de Castro. Eu podia ter escrito mais, ter ido mais adiante. Mas eu trabalhava dois expedientes, não podia largar para ficar escrevendo para o Pasquim. Além disso o pessoal do Pasquim me inibia. Paulo Francis me inibia, o Ivan Lessa me inibia... Eu chegava lá, deixava uma crônica e ia embora. Tinha mais contato com Jaguar e Ziraldo.
ZONA SUL – Sobre o Neil de Castro tem até uma historinha sua com Carlos Drummond de Andrade. Como foi?
NEI – Estive com ele algumas vezes. Nesse livro “Dossiê Drummond”, baseado em uma entrevista concedida ao jornalista Geneton Moraes Neto, Drummond faz uma referência a mim. Tive alguns encontros com ele, em sua casa na Rua Conselheiro Lafaiete. Em uma daquelas ocasiões, lá pelas tantas eu perguntei: “poeta, e os seus poemas eróticos?”. Ele respondeu: “deixa pra lá, isso é pra quando eu morrer. Por falar nisso, tem um quase homônimo seu, Neil de Castro, que escreve contos eróticos muito bem”. Quando eu disse “Neil sou eu”, ele ficou encabuladíssimo. Jamais Drummond teria feito esse elogio de corpo presente. Era meio arredio. Ficou vermelho e comentou: “mas como sou estúpido”. (risos). Foi muito engraçado.

ZONA SUL – No Rio você lançou alguns livros tendo Natal como musa inspiradora de seus poemas. Seria o desejo de voltar a morar na cidade?
NEI - “Romance da cidade do Natal” escrevi em Natal e levei para o Rio, onde publiquei em 1975. Eu gosto muito do Rio. Sempre me dei muito bem com a cidade. Nunca fui assaltado no Rio de Janeiro, durante 37 anos. Vim ser assaltado aqui em Natal, no Pão & Companhia. Isso porque dizem que o Rio é a cidade mais perigosa do Brasil. Tenho uma filha e uma neta que moram lá. Minha mulher, Sandra, é do Rio. Estou sempre indo por lá.

ZONA SUL – O erotismo sempre esteve presente na sua obra.
NEI – “Zona erógena”, de 1981, é um dos livros mais fortes nesse sentido. Em “Era uma vez Eros”, de 1993, quando reuni “Zona erógena” e mais dois livros, ficou mais evidente ainda. Depois publiquei “Diário íntimo da palavra”, no ano 2000, que é mais amenizado. É nesse livro que tem o livro com os poemas do Rio de Janeiro.
ZONA SUL – Você voltou a Natal para escrever seus primeiros romances?
NEI – Foi. Voltei em 1981. Escrevi “O dia das moscas” em 1982. Depois, em 1985, escrevi “As pelejas de Ojuara”. Eu só conseguia escrever aqui, com esse clima.
ZONA SUL – Fale um pouco sobre “As pelejas de Ojuara”.
NEI – Acho que Ojuara “pegou” pelo perfil do cavaleiro sem medo e sem mácula e por aquela viagem que ele faz em torno do Rio Grande do Norte, no sertão, como um Quixote não quixotesco indo através da Espanha. Don Quixote me influenciou e é, para mim, o maior romance de todos os tempos. “As pelejas de Ojuara” tem muito erotismo. Algumas pessoas gostam, outras não. Na segunda ou terceira página tem um episódio que faz muita gente largar o livro ali: ele fazendo a barba de uma mulher e tal.

ZONA SUL – Carlos Drummond de Andrade também elogiou “As pelejas de Ojuara”.
NEI – Eu transcrevo na quarta capa de uma das edições o comentário que ele fez a respeito do livro. Pedi autorização a Drummond para publicar esse elogio. Ele ficou surpreso e respondeu: “o que escrevi para você, é seu. O que me admira muito é você pedir autorização, porque ninguém pede isso não”. Eu disse que jamais publicaria sem autorização.
ZONA SUL – O livro foi premiado pela União Brasileira de Escritores. Você gostou da adaptação de “As pelejas de Ojuara” para o cinema? Você ajudou no roteiro do filme “O homem que desafiou o diabo”?
NEI – Dei palpites, mas a maioria deles não foi levada em conta. Acho que o filme poderia ter sido melhor. Se fosse dirigido pelo Guel Arraes, com aquele tempero que ele dá às coisas nordestinas, seria um excelente filme. De qualquer forma, “O homem que desafiou o diabo” é um filme razoável. Um problema é que ele é centrado em um único personagem, deixa de lado histórias engraçadas. Pedi a Luiz Carlos Barreto que colocasse pelo menos o Sancho Pança, o Celso da Silva, aquele gordo comilão. Ele não quis. Pedia palpite, mas nunca aceitava nada.
ZONA SUL – Mas o filme deu um impulso na sua carreira.
NEI – Foi, sem dúvida nenhuma. Muita gente viu o filme e correu para comprar o livro. Mas o filme poderia ter sido melhor. Talvez por medo de gastar muito dinheiro, por receio de passar o orçamento, Luiz Carlos Barreto ficou muito em cima do diretor, Moacyr de Góes Filho, que é muito bom. Barreto ficou em cima, manobrando. Ele não faria isso com Guel Arraes.
ZONA SUL – “As dunas vermelhas” ou “Fortaleza dos vencidos” chegaram a despertar o interesse do cinema?
NEI – Até agora não. Muitas pessoas já comentaram que “Fortaleza dos vencidos” daria um ótimo filme. Gosto particularmente desse livro por causa do final mágico, onde pessoas dos séculos XVI e XVII se juntam com outras como Baracho, que ficou conhecido por assaltar e assassinar motoristas de táxi em Natal. Dizem que o túmulo dele no Cemitério do Bom Pastor é cheio de flores, e que ele faz milagres. No final também aparece o Jacó Rabbi, o judeu que comandou o massacre de Uruaçu. Tem ainda o soldado Luiz Gonzaga, Zé Limeira Filho...

ZONA SUL – Quem você destacaria da literatura potiguar?
NEI – A poesia norte-rio-grandense é muito boa. Tem Jorge Fernandes, Luiz Carlos Guimarães e tem Berilo Wanderley, que publicou pouco, mas é um belo poeta. Também tem Zila Mamede, Myriam Coeli e umas jovens poetisas que são muito boas: Iracema Macedo, Diva Cunha, Carmem Vasconcelos, Jeanne Araújo e Maria Gomes. Costumo dizer que, proporcionalmente, aqui se escreve poesia mais e melhor do que no Rio de Janeiro. Apesar dos enganadores, têm muito poeta em Natal. Luiz Carlos, por exemplo, podia ser um nome nacional. Uma vez, em um recital no Rio, ao invés de dizer poemas meus, resolvi recitar Luiz Carlos Guimarães. Li uns cinco poemas dele. Quando acabei, todos queriam saber quem era e onde encontrar poemas dele.

ZONA SUL – A internet ajuda no seu trabalho de alguma maneira?
NEI – Eu não uso. Eu uso computador às vezes para pesquisar no Google, para me corresponder e para escrever. É a melhor máquina de datilografia do mundo. Imagina escrever 300 páginas datilografadas.
ZONA SUL – Pelo que você está dizendo o computador ajuda e muito no seu trabalho, já que ele serve para suas pesquisas, para você se corresponder com o mundo e também para digitar seus textos.
NEI – Corrigir um livro no computador é uma coisa. Agora, errar escrevendo em uma máquina de datilografia é terrível: tem que riscar ou jogar fora a página e começar de novo. Foi um grande avanço. Uso principalmente como excelente máquina de datilografia. Tem gente que passa quatro, cinco horas no computador. Eu não fico. No máximo passo duas horas por dia. Tenho muita correspondência com a França, Portugal... Em questão de segundos a mensagem chega lá.
ZONA SUL – Você já pensou em criar uma página para divulgar seu trabalho na Internet?
NEI – Não. Quem divulga um pouco é Sandra, através do seu blog: (http://sandraporteous.blogspot.com/)
ZONA SUL – O que você acha desse novo equipamento que está surgindo, o leitor eletrônico, capaz de armazenar milhares de livros?
NEI – Uma loucura. Eu não leio em tela. Só leio em página de livro. Gosto de pegar no papel, de amassá-lo, de boliná-lo e de sentir o cheiro. Ler texto grande na Internet, jamais. Pode até ser esse o futuro da literatura, mas eu quero é meus livros de papel mesmo. Claro que as gerações novas vão se adaptar ao ponto de no futuro nem chegar perto de livro.
ZONA SUL – O que você recomendaria a alguém que está começando a escrever
NEI - Como é difícil isso. Eu recomendaria tentar, tentar, tentar e ler muito. Se quer escrever ficção, leia boa ficção. Depois que Jorge Amado me arrebatou com aquela leitura agradável e sacana, li todo Erico Veríssimo. Ele é excelente narrador. Li muito e nunca deixei de ler. É isso que eu recomendo.

Fonte: Jornal Zona Sul.

15 março 2010

MINI dicionário de ACARIês


Arigó - Lesado, abestalhado

Peleja - Luta, esforço

Vôte - Não, rejeição a algo

Arribe - Levante

Encalcar - Colocar, ajustar, enfiar

Aistrever - Atrever-se

Masarôi - Montante, grande quantidade

Môco - Surdo

Azenébra - Conhaque

Catinga - Mal cheiro

Arengar - Brigar

Merenda - Lanche

Arriado - Apaixonado

Agé - Desajeitado

Frechar - Invadir

Espiar - Olhar de longe

Djabo é? - O que é isso?

Pitoco - Criança pequena

Alevante - Levante-se

Umbora - Vamos embora

Matutar - Pensar

Imbioque - Entre

Izibido - Exibido

Se Avexe - Se apresse

Brebôte - Besteira

Rebuliço - Bagunça

Caçote - Calango

Burundanga- Balas

Ribiguda - Pessoa chata

13 março 2010

Dica de LAZER (#014)

A Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) da UFRN está com inscrições abertas, até o dia 31 de março, para a edição 2010 do Programa Trilhas Potiguares, que acontece no início do segundo semestre. Dentro do programa será realizado o “Projeto Comtrilhas 2010”, coordenado pelo prof. Dr. Itamar de Morais, do Depto de Comunicação Social.

Alunos do curso de Comunicação Social das habilitações Rádio e TV e de Jornalismo, viajam a cidades do estado para realizar o registro fotográfico (fotodocumentarismo) e a divulgação (foto) jornalística no site http://www.fotec.ufrn.br/ (FOTEC - Fotografia Experimental de Comunicação) das ações do Programa Trilhas Potiguares 2010.

Mais informes: trilhaspotiguares@reitoria.ufrn.br.

08 março 2010

Aprendizado da SEMANA

Se encontrares um caminho sem obstáculos, pensa que talvez este não te levará a lugar algum.

(Autor desconhecido)

06 março 2010

Lendas do ACARI MARAVILHOSO (#001)

Anselmo* tem 32 anos, é alcóolatra e pensionista do INSS. Depois de levar chifres da ex-mulher, decidiu que não queria mais viver e se jogou de uma ponte de vinte metros de altura. Alselmo* sofreu uma lesão de coluna, paraplegia parcial, ruptura de bexiga e ficou em uma cadeira de rodas por quase um ano.

O médico perito do INSS, emitiu um laudo dizendo que Alselmo* nunca mais voltaria a andar (razão pela qual lhe foi concedida aposentadoria por invalidez). Em uma bela e ensoldarada tarde de domingo, decisão de campeonato potiguar, Anselmo* sentiu as pernas depois do gol vitorioso do alvi-negro. "Milagre!! Voltei a andar!", ele disse.

Isso foi há 5 anos e Anselmo* recebe o benefício do INSS no Banco do Cazaquistão* até hoje. Todo mês ele conta a mesma história e tenta fazer o mesmo empréstimo. Depois de descobrir que não tem margem, Anselmo* sai praguejando o Banco dizendo que vai procurar a concorrência. Ele anda sem dificuldades. Até o próximo mês Anselmo*.

* Nome fictício para personagem real.

03 março 2010

Mensagem da SEMANA


Não há quem diga que todas

as noites são de sonhos.

Mas há também quem garanta que nem todas,

só as de Verão.

No fundo, isso não tem importância.

O que interessa não é a noite em si,

mas os sonhos...

Sonhos humanos sonhados sempre,

em todos os lugares.

Em todos as épocas,

Dormindo ou acordado.

William Shakespeare

01 março 2010

Três PIADAS CURTAS


O gago aborda um transeunte na rua:

- O se… senhor sa… sa… sabe, on… on… de fi… fi… ca a esco… cola de ga… ga… gagos?

- Mas para quê? O senhor já gagueja tão bem!

***

O pinto e a pinta foram no cinema, quem pagou a entrada?

A pinta, pois o pinto estava “duro”

***

Se o cachorro tivesse religião, qual seria?

Cão-domblé

Ok, ok, não conto mais nenhuma. Boa semana a todos!!