Saio de casa mais cedo que o de costume. Ainda dentro do condomínio, o portão demora abrir enquanto eu penso como seria bom se ao invés do trabaho eu fosse à praia. Engato a 2ª marcha no quebra molas e sigo. Na esquina, um caminhão fecha a passagem enquanto uma van escolar buzina com a pressa de quem leva doentes ao hospital. Os motoristas trocam palavrões. Finalmente, o sinal verde encerra a discussão.
Guiando a quarenta por hora, a imagem da minha esposa me vem a cabeça. Ainda não acredito que ela tem tanto medo de rãs. Abro um sorriso, ligo o som, Feliz de Gonzaguinha é genial. Um fusca azul ultrapassa pela esquerda. A motorista parece a Susan Boyle preta. Dou risadas ali mesmo e o bom momento faz com que o asfalto até pareça menos esburacado. Agora falta pouco para chegar ao trabalho.
Viro a esquerda no último semáforo. No horizonte, uma linha de diferentes azuis divide o mar e o céu, um novo suspiro me toma enquanto no rádio Zeca Pagodinho faz apologia a bebida, mulher e fulerage. Entro na reta que dá acesso ao petshop, ando 200 metros e estaciono o carro. Lá dentro vejo uma senhora com um gato preto nos braços abrindo um sorriso. É Dona Marli e Tião. Começa o meu dia.
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