09 agosto 2009

Poesia POTIGUAR

Obscuro

sempre há uma brecha
raios a decepar flores
a nudez das cores reservadas
estiletes eretos na raspagem
da poeira que se esconde
e repousa na limitada
decomposição que lhe resta
as dobras dos móveis
sua carapaça, seu secreto
labirinto onde maturam
os dias passados em objetos

um sopro, uma falha
traz o arpão incendiado
a gralha silenciosa, mas munida
a riscar o olhar assustado
de coisas mal-dormidas

Marcílio Medeiros, Caicó/RN

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