14 abril 2008

Duas CARAS

Ontem a dupla Vesgo e Silvio do Pânico na TV, deixou a segurança e os organizadores do espetáculo Os Produtores, de Miguel Falabela, em uma tremenda saia-justa. Acontece que a produção do humorístico comprou um ingresso do espetáculo e convidou um catador de latas, que passava próximo ao local, para participar da estréia. O homem, que vestia bermudas, foi impedido de ter acesso ao local, mesmo portando um ingresso.

Rapidamente, o produtor do programa trocou de roupas com o catador de latas que recebeu um trato no visual que incluia corte de cabelo, barba, e unhas, além é claro, de um carro de luxo e uma acompanhante. O curioso é que na entrada do evento, o mesmo catator não foi reconhecido pela segurança recebendo os cumprimentos outrora negados enquanto vestido modestamente. Ivair que é fã do Míguel Falabela, viu o espetáculo junto com uma acompanhante, numa alegria que só vendo.

Ao final quando perguntado se havia gostado do espetáculo, o catador de latas recitou um poema e disse que se sentiu humilhado, enfatizando que " Hoje em dia, todos só observam a casca e não o conteúdo das pessoas...". Saiu aplaudido pela platéia do programa. Casos como o de Ivair acontecem lamentávelmente todos os dias no Brasil. Os menos favorecidos ficam sempre à margem, mergulhados na obscuridade e pisoteados por uma burguesia hipócrita e falsa moralista. No mais, se não servir de exemplo, que sirva de reflexão.

3 comentários:

Anônimo disse...

Infelizmente é isso mesmo, o que acontece. Mas, no meu modo de ver, o problema é muito maior do que simplesmente um preconceito baseado em estereótipos socialmente aceitos, mas cultural em sua essência. O ser humano, por si, julga a natureza pela maneira como se apresenta diante dos olhos.

Wanderson Mizael disse...

É isso me lembra certa vez (a muito tempo atrás) que fui a Caicó, e fiquei na casa de um Irmão DeMolay de lá... na primeira noite saí junto a ele, que é de uma família bem abonada (R$) da cidade, ninguem olhava direito para mim, as mulheres... piorô! Mas eu estava vestido de mim mesmo: Chinela Dupé, uma bermuda jeans que cresceu comigo, pois tenho ela desde meus 12 anos, uma camisa regata, além de minha barba mal feita. No outro dia, fizeram uma transformação comigo: botaram uma calça, uma camisa de "marca" (Riachuelo tb é marca, e são as que eu uso) emprestada, barba feita e a chave da caminhoneta desse irmão. Adivinhem o que aconteceu? Pelo menos as doidas e as cegas olharam para mim!

Wanderson Mizael disse...

Ah... Imagem não é nada, sede é tudo!