Mozart é um Doberman de 12 anos, portador de uma Doença Óssea Degenerativa crônica. Somado-se a isso, acreditem, ele tem uma neoplasia (câncer) bilateral de pelve que hoje, o impossibilita de se locomover. Há 7 dias ele agoniza em um canil sombrio na clínica veterinária onde trabalho. Dopado com morfina, ele só não sente dor até o momento em que o medicamento deixa de fazer efeito. Daí em diante, é um martírio para ele e pra mim.
Conversei com colegas e todos foram unânimes que clinicamente já foi feito tudo. Não há mais chances para Mozart. No início ele gostava de mim. Hoje, sempre que eu entro no canil, ele me olha revoltado com a própria situação, como se eu fosse o culpado em não poder abreviar seu sofrimento. Seu dono, insiste em não autorizar seu sacrifíco alegando que ninguém tem o direito de tirar a vida, quer seja de uma pessoa, quer seja de um animal.
Concordo até certo ponto, porém entendo que o sacrifício não é um assassinato, em muitos casos, é um ato de amor, uma forma de abreviar o sofrimento de um ser que não tem o discernimento para entender o que está acontecendo (ou tem), e que em suma, só pede que tudo acabe logo. Hoje acordei decidido a tomar uma decisão sobre isso, espero que eu não me precipite ou erre por pensar com o coração. Seja o que Deus quiser...
Nenhum comentário:
Postar um comentário