27 maio 2007

Frase da SEMANA

Na pior das hipóteses se as coisas derem errado, largo tudo, viro hippie e vou morar em Canoa Quebrada . . .

Tato Pedrosa, sobre sua mudança de cidade por causa do trabalho.

25 maio 2007

Papo FURADO


Em que você acredita? Perguntou.

No Homem, respondi, com toda segurança.

Então, você não acredita em Deus?!

Deus?! Em que deus?! Tentei ser cínico. O Deus dos católicos ou dos mulçumanos?! Jeová dos judeus ou Tupã dos guaranis? O deus dos peles vermelhas norte-americanos, Shiva, Rá ou Júpiter?!

Deus, seu chato. O único. O que criou tudo!!

Ah, entendi... Você quer dizer o seu Deus... Sei não... Acho que ele não se revelou pra mim. Talvez nem mesmo tenha se revelado a você! Já pensou nisso?!

Por que você não diz logo que é ateu criatura?

Ateu?! Pela primeira vez eu duvidei. Desde os 14 anos de idade eu tinha certeza que Deus nunca existira. Tinha sido enganado a vida inteira. Embora fosse uma vida de apenas 14 anos, era toda a minha vida.

Por que não diz que é ateu?

Ateu?! Me lembrei de Kant, propondo que se não era possível provar a existência de Deus, conseqüentemente era impossível provar a sua inexistência. Mas então, eu era o quê, se não ateu? Agnóstico? Esses patéticos seguidores do paradoxal bordão platônico do só sei que nada sei?! Não, agnóstico não. Que me perdoe o avô de Aldous Huxley, o velho Thomas, que ocidentalizou a palhaçada do agnosticismo (ao menos segundo Antonio Callado). Agnóstico eu não sou. Eu creio em algo que não sei bem o quê. E não vejo nenhum mal em crer. Entendeu?!

Não, mas deixa pra lá. Agora você me deixou na dúvida . . .

**(Publicado originalmente em 2001, no extinto site poderonline.com)

24 maio 2007

Alecrim WORLD

Já passava das 8:15h da manhã de hoje quando liguei meu carro e sai para o que seria uma entrevista de emprego. Rosto limpo pós barba, cabelo milimetricamente penteado, camisa de botão laranja passada, calça de linho e sapaco social. Nas mãos a chave do carro e um currículo ligeiramente melhorado nas vésperas da entrevista. Meus olhos marejados, traduziam a angústia de um veterinário que aspirava a uma vaga de promotor da Shering Plug do Brasil, uma indústria de medicamentos veterinários e humanos.

Liguei o possante e sai. No caminho uma breve retrospectiva do que tinha acontecido na minha vida nos últimos doze meses. Os pacientes, os lugares, os amigos, a rotina, coisas tolas porém valiosas para alguém que não tem muito a perder. Na chegada ao Alecrim, encontrei uma vaga logo de cara, coisa rara uma vez que já passava das 9h da manhã. Pensei:"Hoje é o meu dia, vai ser hoje que vou tirar o pé da lama!". Ainda faltavam uns 200m até chegar ao prédio onde seria entrevistado.

Ainda no caminho, dessa vez a pé, vi coisas que só no Alecrim a gente vê. Esbarrei num cego sem bengala, quase fui convencido por um mudo a comprar um DVD pirata, cruzei com um casal de homossexuais de mãos dadas, comprei uma antena para minha TV surrada, encontrei gente de todo tipo, de toda cor e classe social. Mas ninguém comparado a cigana que me interceptou antes do prédio do suposto trabalho. Com olhar firme de quem tinha pego um tolo, e pegou, segurou minha mão e disse:"Por um real, leio tua mão e te faço umas orações!".

Ingênuamente pensei que não teria problema, afinal era apenas um real. Durante a leitura coisas óbvias do tipo você ama alguém, você tem um amigo invejoso ou você gostaria de subir na vida. Passei a sorrir ironicamente quando ela me olhou enfaticamente e me pediu para colocar mais dinheiro na minha mão esquerda. Mais burro do que nunca, tirei R$ 5,00 do bolso da calça e coloquei em minha mão. Após repetir meia dúzia de bruxarias, ela me fez passar a grana para mão dela e acabei perdendo o dinheiro. Exigi que ela me devolvesse o dinheiro, daí ela se recusou alegando que aquela quantia seria destinada ao feitiço que colocaram contra mim.

Olhei para ela com descrédito e sai furioso. Cheguei ao local da entrevista transpirando de nervoso. Do lado de fora, a secretária me recebeu gentilmente depois de ter me apresentado e solicitado dez minutos do tempo do manda chuva da empresa. Uma hora e meia de espera, vi um rapaz bem vestido sair do escritório do chefão. Trava-se do filho do dono. Me apresentei, ele me recebeu bem e ficou com meu currículo.

Cabe a mim agora ligar e marcar de fato a entrevista com o cara. De amanhã não passa. Rogo para que ciganas, duendes, magos, cegos sem bengala, veados carinhosos e mudos vendedores de DVD´s não me parem no caminho ou melhor ainda, que eu seja menos ingênuo e mais inteligente da próxima vez. Que assim seja.

22 maio 2007

365 depois . . .

Hoje fazem exatos 365 dias que entrei no mercado de trabalho como veterinário. Ainda me lembro como se fosse hoje o meu primeiro dia como "Dr. Alexandre". Os funcionários me olhavam com respeito, meio acanhados na verdade. Como de praxe, não demorei a fazer amizade com todos e logo tudo virou "bagunça". Das reuniãoes regadas a bolacha de água e sal e café, até a mais simples consulta ou cirurgia todos me respeitavam embora eu parecesse mais um moleque brincando de ser doutor.

Logo no primeiro dia, um abacaxi! Uma yorkshire com convulsão babando feito um bode e eu, recém saído da forma, verificando a temperatura da infeliz. Como quem tem um estalo, lembrei-me do velho e bom Diazepam cuja professora de clínica não se cansava de explicar sua eficácia nas convulsões. Não deu outra, tasquei-lhe Diazepam no músculo e logo tudo se estabilizou. A proprietária é minha cliente até hoje e me trata com toda a pompa, imaginem . . .

Aos poucos fui ganhando experiência, as pessoas começaram a me procurar, algumas por indicação de outras e eu, ganhei até página de revista. Trabalhando em duas clínicas, meu nome aos poucos foi caindo na graça das pessoas e o meu celular que antes era silencioso como um túmulo, virou carnaval ! Nesse pouco tempo, não ganhei dinheiro mas juntei alguns tostões, noivei, comprei um carro e até falo em me casar.

Atualmente, voltei a trabalhar apenas um expediente, minha renda caiu pela metade e meus custos duplicaram, mas já tenho um plano B na caxola, fé em Deus e muita vontade de trabalhar. Espero que no próximo ano, quando então completar dois anos de trabalho, eu possa estar contando uma história um pouco mais feliz, muito embora a salvo poucas excessões, eu não tenha do que reclamar.

21 maio 2007

Missão IMPOSSÍVEL

Já passava das 19h de ontem quando uma colega veterinária me ligou fazendo um convite no mínimo incomum. A dita-cuja me chamou para auxiliá-la numa cesária em uma vaca cujo trabalho de parto já havia excedido o tempo esperado. Onde?! Em uma granja nas proximidades de Pium, aqui perto de Natal mesmo. No início achei que fosse brincadeira, tratei o assunto de maneira jocosa e até fiz piadinhas.

Segundos depois percebi que pelo tom de voz dela, tratava-se da mais pura verdade e meio que sem saber o que dizer, concordei em acompahá-la em tão inesperada missão. Chegando ao local, vimos um animal em decúbito lateral (entenda-se deitada de lado) sofrendo de dor. Com apenas as luzes do farol do carro, dois pares de luvas, poucos ml´s de anestésico e um bisturi conseguimos retirar o feto já morto da parturiente.

Embora não tenhamos conseguido salvar o bezerro, ao menos a mãe (vaca) foi salva e passa bem. O fato dele não ter escapado deveu-se a demora e a posição totalmente invertida na qual ele se desenvolveu no útero, daí o parto distócico (anormal). Poucas vezes me senti tão inútil quanto nesse episódio especificamente. No mais, rogo para fins de noite de domingo como esse, sejam raros em minha vida.

19 maio 2007

Frase da SEMANA

Doutor o senhor é um ótimo veterinário, os clientes lhe adoram e com certeza não vai ficar muito tempo sem trabalho. A gente fica muito triste pelo acontecido mas lhe desejamos toda sorte do mundo!

Cristina, tosadora da clínica em bilhete deixado na mesa do consultório onde trabalhava até ontem.

18 maio 2007

Ética na PROFISSÃO

Hoje fui chamado de anti-ético por falar a verdade, fazer o que minha consciência manda, exercer minha profissão com honestidade, responsabilidade, respeito ao proprietário do animal e dar o melhor de mim em prol do bem estar dos meus pacientes.

Não parece incoerência?! Pois é, cada vez mais eu percebo que nesse mundo de meu Deus, o certo é ser errado. Isso é deveras lamentável !

17 maio 2007

Mal TEMPO

Após 10 meses trabalhando em uma clínica meio expediente, criar toda uma clientela cativa, meu "patrão" me diz que vai ver se pode me pagar o que me cabe no mês de serviços prestados. O que seria uma incoerência uma vez que a demanda da clínica só aumentou nos últimos meses. Em meio as suas argumentações, me vi obrigado a perdir demissão pois tal sujeito me propôs pagar somente aqueles serviços cujos pagamentos foram feitos a vista, ou seja, pouco mais de 30% do valor total a que tenho direito.

De modo que hoje, tive meu orçamento reduzido para menos da metade enquanto meus custos com transporte praticamente dobraram depois da compra do carro. Acho que depois de uma maré de sorte, agora sofrerei com algumas nuvens tempestuosas. O que me relaxa o coração e saber que posso contar com minha família, meus amigos, minha noiva e meia dúzia de clientes que já cientes de minha saída da clínica, me ligaram informando que onde eu estivesse, continuariam tratando seus animais comigo.

Agora só me resta correr atrás e rezar pra que o mal tempo passe logo.

15 maio 2007

POBRE é o CÃO mesmo . . .

Hoje aconteceu uma coisa no mínimo curiosa na saída do trabalho agora a tarde. É que, ainda não acostumado com o fato de ter um carro, este narrador andou quase 200m em direção a parada de ônibus. Quando me dei conta, voltei com sorriso no rosto dizendo silenciosamente a mim mesmo:"Pobre é o cão mesmo. . ."

13 maio 2007

Encontro da AADW

Ontem nós nos reunimos lá em casa. Conversamos, rimos, ouvimos velhas e novas histórias, comemos pizza e tomamos cachaça de cabeça. Entre os ausentes só a minha noiva que viajou à Mossoró por conta do dia das mães e um casal de amigos que por motivo de força maior não puderam estar presentes.

Não havia um motivo especial para reunião, exceto pela presença do Furiba que agora por causa do trabalho, irá morar no Rio de Janeiro e nos visitará menos ainda do que de costume. Sua filha Liz, não puxou ao pai e é linda ! Apesar do aperreio vivido com o nascimento prematuro, encontra-se saudável e segundo a mãe, Dona Juliana, mama feito bezerro novo.

Claro que outro bom motivo para comemoração se deu pela aquisição do Furioso, que alías agradou a todos. No mais, um final de noite tranquilo, bom papo e a promessa de estarmos na medida do possível, sempre próximos.

12 maio 2007

Sobre ter um CARRO . . .

VANTAGENS: Chegar no trabalho limpinho, sem transpirar ou ofegar, sair sem pressa de perder o busão, almoçar e jantar em casa com mais frequência, ter a solas dos pés economizadas, ir a compromissos sem medo de chegar atrasado, buscar a namorada em casa e ir ver a lua na praia, ou levá-la a um barzinho fora do costume e entre outras coisas . . .

DEVANTAGENS: Gastar todas as economias de um ano, ficar R$ 10,00 mais lisso a cada 48h, ter o saldo bancário de 0,28 centavos após a aquisição do possante, talvez ter que adiar a data do casório por conta da prestação e do combustível.

10 maio 2007

Carta a um AMIGO

Esses dias li um post em um blog de um amigo e me sensibilizei com o testemunho do mesmo sobre como anda sua vida nos últimos tempos. Devo reconhecer que as coisas não tem sido fáceis e em sendo espírita kardecista como sei que ele é, talvez compreenda ou entenda mais do que eu, que sou um mero simpatizante, a razão de tudo isso. . .

Quero aqui estender a minha mão a você meu amigo, que muitas vezes me estendeu a sua nos momentos de dificuldades, me ouviu, me aconselhou e me apoiou sempre. Sei que toda essa maré de "má sorte" vai passar e como você mesmo disse, depois da tempestate virá a bonança. Rogo pra que nossos afazeres profissionais não nos separe tanto e sempre que possível a gente possar se reencontrar.

Te desejo toda paciência, otimisto, persistência e sorte do mundo nesse momento e que Deus lhe abençoe sempre. Saiba que sempre que precisar, seja do que for, pode contar comigo. Um forte abraço.

09 maio 2007

Novo BLOGUEIRO

Nosso ilustre baluarte e mais novo pai de família, Furiba Wandersom da Rocha Mizael, criou um blog e desde então, nos mantem informado na medida do possível, sobre os seus mais variados destinos e afazeres. Sua filha Liz, encontra-se bem e gozando de boa saúde, graças a Deus.

Quem quiser pode visitar o blog que aliás o nome é genial, o único defeito é que ele não deixou espaço pra comentários ! Mas tudo bem, o homi deve tá meio atarefado mesmo pra variar. No mais, era só. Passem lá, visse?!

07 maio 2007

Recordar é VIVER

Essa foto foi tirada quando fiz um dos meus primeiros estágios extra-curriculares durante a faculdade. Achei esses dias procurando outra coisa e resolvi publicá-la aqui no blog. Afinal, recordar é viver! Aliás, bons tempos aqueles . . .

06 maio 2007

Teoria DA INVOLUÇÃO

Nós somos dois profissionais liberais de nível superior, pleiteando uma vaga em um concurso de nível médio em uma empresa estatal onde não há plano de carreira . . . Isso sim é involução! Ainda falamos em casar . . .

Eu e minha noiva, na volta do cursinho, sobre nossa atual condição sócio-político-financeira.

03 maio 2007

Asneira do DIA

Você pode fazer caridade, ajudar a mil pessoas, fazer seu trabalho direito, ter boa índole, e ninguém vê, mas solta um peido pra vê se não percebem . . .

Ariane, minha irmã, em um e-mail enviado a mim hoje.

Como EU ia DIZENDO . . .

Achei um biscoito da sorte chinês. Ou seria um biscoito chinês da sorte?! Bom, deixa pra lá. É que eu tava lembrando que quando fui fazer a aposta na casa lotérica, fiquei meio inseguro pois lembrei que nunca, em tempo algum em meus quase 29 anos, eu fiz uma aposta por conta própria em uma lotérica. Claro, existiram aqueles números que seu pai ou parente pede pra você preencher. Mas, grana do meu bolso, ganha com meu dinheiro, nunquinha !

Olhei para a moça do caixa com vergonha de tirar uma dúvida, daí comecei a ler o verso do bilhete. Lá, instruções de como preencher, preço, modalidades, prazo pra receber o prêmio, destinação social dos recursos e claro, como apostar. Em um dos ítens havia a pergunta Qual a probabilidade que tenho de acertar? Comecei a ler aquilo com a atenção de quem lê uma bula de anticoncepcional ou da pílula do outro dia! As pálpebras nem se batiam direito tamanho era o interesse na leitura.

Saibam vocês que, segundo as probabilidades matemáticas, fazendo a aposta mínima, a chance de acertar na quadra é de 1 em 2.332, na quina é de 1 em 154.518 e por derradeiro na MegaSena, é de 1 em 50.063.860. No post anterior eu disse que as minhas chances eram de 1 em 6 bilhões, lembram?! Pois é, agora revendo as probabilidades, acredito piamente nas minhas chances de ganhar na loteria. Você tá rindo é?! Quer apostar o quê?!

Deus SALVE as DIFERENÇAS !

By Torricheli Silva, in Alma Sebosa.

02 maio 2007

Biscoito da SORTE

Em sua pequena e não menos penosa peregrinação em direção ao trabalho, este humilde narrador encontra um objeto no chão e o apanha. A "coisa" lembrava um bombom, tinha embalagem branca com uma caricatura de um chinês desenhada à direita, um ideograma que eu não sabia o que djabo significava e uns dizeres na parte inferior da embalagem com a denominação: "Biscoito da sorte".

Com sorriso irônico no rosto, abri a embalagem do tal biscoito e percebi que dentro continha uma bolacha em forma de bumerangue, meio esquisitona mesmo. Não exitei em cheirar e depois tascar a mordida na bichona. Pra falar a verdade, tinha gosto de cavaco chinês, uma especiaria lá da minha terra. Dentro, um papel pequeno onde se lia: "Você iniciará um projeto profissional bem sucedido que complementará sua renda familiar."

No verso, seis números: 01, 07, 18, 20, 31 e 37. A primeira coisa que me veio a cabeça?! Jogar na loteria. Foi o que eu fiz. Com a chance de 1 em cada 16 bilhões de ganhar, joguei um cartão na MegaSena. Agora?! Que a profecia se cumpra !

01 maio 2007

Um ano DEPOIS . . .

Passados exatos 365 dias desde a publicação de uma charge neste espaço criticando o dia do trabalhador no Brasil (arquivos_01/05/06), penso que muita coisa mudou na minha vida desde então. Claro que ainda não tenho um carro importado pra andar, nem muito menos sou um feliz proprietário de uma cobertura em Ponta Negra, mas não tenho do que reclamar.

Ganho dez vezes mais que a velha e salvadora mesada da minha mãe (entenda-se R$ 100,00 por mês), adquiri meia dúzia de bens materiais, bebo minha cerveja sem muito sentimento de culpa, participo de alguns eventos antes não-imagináveis, e de quebra ainda junto uns tostões e arrisco comprar um carro e casar.

Tá ou não tá melhorzim?! Como diz minha mãe, é que a gente tem mania de reclamar mesmo, né?!