21 agosto 2007

SE

Se eu nascesse de novo e pudesse escolher, mas do que sou não queria ser. Eu queria nascer na maternidade Santa Luzia, na praça dos hospitais, em julho de 1978, em Mossoró, bem na divisa com o Ceará. É por isso que costumo dizer que uma banda minha é potiguar e a outra é cearense. Meu pai, comerciante, nascido e criado em um sítio em Carnaubais e minha mãe, professora, filha de um fiscal de renda e uma Do Lar, sendo os dois pauferrenses. Ô mistureba da Gota-Serena!

Quando eu ficasse taludinho, eu queria mermo é que minha mãe me deixasse sonhar com as estrelas, na esperança de um dia virar astronauta. Depois, eu estudaria no Colégio Diocesano, escola tradicional, com um padre hipócrita e uma beata irrustida como diretores. Lá, aprenderia dentre outras coisas, a beijar. Conheceria meu primeiro amor platônico cujos lábios nunca os tocaria na prática, porém a amizade e o respeito seriam mútuos até os tempos de agora. Mas do que sou não queria ser não senhor. Se eu nascesse de novo e pudesse escolher, aah !

Quando chegasse 1995, eu me mandaria pra capital pra mode estudar pra ser dotô. E não é que conseguiria?! Só que os meus moribundos teriam quatro patas, latiriam, miariam, e meu salário óóóó... Mais isso era só depois de tentar medicina 3 vezes, passar na ESAM e viver os melhores anos da minha vida. Faria e experimentaria tudo o que antes seria preconceituosamente proibido. E as quintas-feiras?! Seriam ansiosamente esperadas até que a banda Morreu Maria Preá pudesse se apresentar e arrastar multidões... Aulas de Estatística, de Genética, e Forragicultura?! Assitiria todas de ressaca... Aaaah se assistiria !

Em 2002, conheceria a mulher da minha vida, faria planos antes mesmo de namorá-la, levaria quinhentos e tantos foras até descobrir um beijo com gosto de cigarro em pleno Viola-Lilás. Depois de muita peleja, viraria anos depois, um homem que mulher governa... Juntos, conheceríamos vários lugares, dentre eles, o bar do Gil, cigarreira fulera point de encontro com amigos igualmente fuleras e lisos, onde falaríamos da vida alheia, além é claro de assuntos diversos regados a Bohemia estupidamente gelada e casquinho de caranguejo a preços universitários...

Chegaria a época de agora, exerceria o ofício de "reterinário" , às vezes ganharia uns tostões, outras juntaria o do "sebosão" do fim de semana, mas seria feliz e crente na possibilidade de dias melhores não só para mim, mas para meus amigos e principalmente minha família...Se eu nascesse de novo e pudesse escolher, mas do que sou não queria ser...

2 comentários:

Bony Daijiro Inoue disse...

Legal....

Alexandre Disraelly disse...

Com certeza amigo. Seria até uma ofensa não lembrar de tão importante e alcólica passagem. Desculpe a gafe. Leia novamente.