13 julho 2006

Falando de POLÍTICA

Hoje a caminho do trabalho, fui abordado por uma jovem de baixa estatura, vinte poucos anos, com uma prancheta e uma caneta na mão. Ela sorriu, se apresentou e me chamando de senhor (imaginem) me perguntou o nome, idade, profissão e em quem eu iria votar pra presidente nas eleições de outubro próximo. Modéstia a parte, respondi com o bom humor que me é peculiar, que votaria no Miguel Mossoró caso ele fosse candidato, do contrário em mais ninguém. Ela sorriu e repetiu a pergunta educadamente com o ar de quem dizia não estar ali de brincadeira, nem muito menos porque queria.

Diante dessa importante indagação, respondi que talvez votasse no Cristovão Buarque. Olhando pra prancheta com ar de surpresa, ao mesmo tempo que fazia a anotação me lançou uma segunda pergunta. O motivo?! Motivo ?! Perguntei a ela e a mim mesmo. Como num estalo, respondi que se tratava de um noves fora. Sem opção, desulido, desacreditado do poder público e da classe política, só me restava votar num cara de cujo currículo não há o que se contestar ! Ex-reitor da UnB durante a ditadura militar, ex-governador do Distrito Federal, ex-ministro da educação, senador da república, doutor em economia pela Universidade de Sorbonne, defensor varrido de um projeto educacional revigorado e da valorização do ensino público ! Isso por si só me basta !

Tudo bem, não acredito em milagres, nem tão pouco em ufanismos ou hipocrisia, sei que as coisas não são tão simples, mas sou um militante que ainda acredita no progresso de um país através da educação. Creio que com uma geração menos burra e ignorante, o risco futuro de colocarmos um falso Messias na presidência é bem menor ! ! Pode até ser que ele não ganhe como disse minha mãe outro dia, mais terei a consciência de estar dando a minha contribuição votando em um cara que até me provem o contrário, tem um passado pouco condenável.

Diante dessa justificativa, a mocinha que me fez a pergunta me olhou fixo e disse pra eu largar a veterinária e me tornar político pois minha capacidade de convecimento tinha feito até ela trocar de candidato naquele instante. Sorri, me despedi da moça e com ar inquietante de quem queria falar mais alguma coisa, pensei com meus botões e entendi a razão de como alguns políticos como José Agripinio e FHC terem chegado ao poder. Oh céus ! ! Salve, salve a educação ! !

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