Assim como médicos humanos, veterinários também desfrutam de uma dádiva divina: Plantões 24h. Os meus, ora são excessivamente estressantes, ora são bem divertidos. No meu último plantão, por volta das 23h, um casal bronzeado chegou ao hospital com o semblante aflito. Ele com bermuda de surfista, cabelo longo e tatuagens a mostra. Ela, morena de olhos verdes, com um Lhasa Apso no colo. A queixa era no mínimo atípica: Segundo eles, enquanto fumavam um cigarro de maconha em casa, o filhote de 4 meses fuçava tudo ao redor. Entre gargalhadas desconexas, visões de elefantes alados e um afago no cãozinho, um deles deixou uma piúba solta no chão e o cão com síndrome de aspirador de pó, abduziu o psicotrópico.
Passados alguns minutos eles notaram um comportamento estranho no animal, algo do tipo, andar em círculos e vocalizar. Resolveram trazê-lo ao veterinário, este narrador, que depois de rir aos soluços por dentro, fez cara de bravo e deu uma bronca no casal cheira-cola. O animal ficou internado para observação e eles prometeram ter mais cuidado com objetos, digamos, indesejados no chão. Como a ingestão foi pouca, não houve problemas com o filhote que foi liberado no outro dia. Impagável mesmo foi ver os dois desesperados enquanto o animal balançava suavemente a cauda e andava incoordenado na mesa de atendimento. Passado o aperreio, eles se despediram me prometendo um presente. Já posso até imaginar a natureza do brinde...
Um comentário:
hauhauhauhauhauhaua
sóóóóó........
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