06 março 2009

Poesia POTIGUAR

Vivo na farra não nego.
Gosto mesmo é de mulher.
E tenho quantas quiser,
Mas a nenhuma eu me apego.
Lambo em baixo do grelo,
Num canto da casa escondida,
Deixo ela louca e perdida,
Pra que ela nunca me ame,
Desmantelo só presta grande
E mulher só presta bandida...

Nos tempos dos Marechal,
A farra comia no centro,
De baixo dum pé de coentro
Tava feito o bacanal.
O sexo era animal.
Tinha uma nega pervertida.
Escorada na urtiga,
Castigava um gigante.
Desmantelo só presta grande
E mulher só presta bandida...

Eva enganou Adão.
Foi na onda da serpente.
Se fazendo de inocente,
Deixou o coitado na mão.
Pra não perder a razão,
Ficou no mato escondida,
Se passando por fingida,
Modificou o semblante.
Desmantelo só presta grande
E mulher só presta bandida...

Sansão foi outro brinquedo,
Nas mãos de uma vaidosa,
Que lhe jogou uma prosa
E descobriu seu segredo.
Dalila não mostrou medo,
Nem ficou arrependida,
Querendo enfrentar a briga,
Se armou com um cortante.
Desmantelo só presta grande
E mulher só presta bandida...

Não acredito em mulher,
Seja ela velha ou nova,
E mesmo com o pé na cova,
Desconfio se puder.
No mesmo querequéqué,
Que ela pode ser traída,
Vira uma fera ferida,
Fica dentro do quadrante.
Desmantelo só presta grande
E mulher só presta bandida...


Marco da Pitombeira

Acari/RN

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