Pró-CÉLULAS-tronco EMBRIONÁRIAS

Hoje recebi um email com uma dessas correntes pró-celulas tronco embrionárias. O email é bem informativo, bem argumentado bastante didático. Independente desse debate público entre cientistas, autoridades religiosas, políticos, juristas e a sociedade em geral, sempre fui a favor do uso dessas células em prol do desenvolvimento das pesquisas científicas. Tenho parentes e amigos portadores de câncer, doença óssea degenerativa, Parkinson, diabetes e ficaria muito feliz em saber que algum dia, eles teriam uma chance.

Na Europa a discussão simplismente não existiu e é onde se mais evolui em pesquisas nesse sentido. A Igreja tem o direito de se manifestar, de opinar, mas não de interfirir na esperança de muitos doentes que hoje se encontram prostratos à espera da morte. A lei brasileira permite a utilização de embriões produzidos em laboratório para fins de reprodução assistida. Porém não abrange todos. Autoriza apenas o uso daqueles inviáveis para gestação ou congelados há mais de três anos, cuja probabilidade de gerar um ser humano é praticamente zero.

A lei prevê mais: os embriões só poderão ser utilizados após autorização dos genitores. Portanto, aqueles que tiverem qualquer restrição de ordem moral ou religiosa não terão seus embriões usados para fins de pesquisa. Com o passar do tempo, os embriões deterioram-se, então por que então não utilizá-los de forma ética e responsável em benefício do futuro e da evolução da humanidade, salvando vidas? Proibir a pesquisa com células-tronco embrionárias significará, continuar dando aos embriões excedentes nas clínicas de fertilização um habitual e inglório destino: o lixo. De outro, tirará a esperança de cura de milhares de pessoas. Ninguém tem esse direito.

O Estado brasileiro é laico. Aqueles que se posicionam contra por questões religiosas, peço que se informem e não deixem que a ignorância, a falta de conhecimento técnico e o bom senso, impeçam que vidas humanas sejam salvas no futuro e que essas pessoas tenham direito a cura. A luta pela vida está acima dos credos. Logo, não se pode misturar ciência com religião, sob o risco de se voltar ao obscurantismo da Idade Média – a idade das trevas. Precisamos pensar coletivamente, objetivamente e não ficarmos presos a debates filosóficos que não nos levam a lugar algum. Pense nisso.