Ontem durante meu glorioso momento de forrar o bucho entre uma consulta e outra, ouvi (durante contados 20 minutos) de um vendedor desses lanches de R$ 1,00, sua bizonha e não menos cavernosa, history of life (história de vida). Joãozinho-boca-de-lata*, aos 12 anos de idade, então morador de uma favela no Recife, viu seu pai ser morto aos socos e pauladas por marginais que assaltavam o bar onde ele, taxista aposentado, costumava beber nos finais de semana de folga. Ele (Joãozinho) escapou do mesmo destino após ter fugido incansavelmente dos bandidos.
Sua mãe, lavadeira e diarista, era alcoólatra e depois do acontecido, passou a fazer programas para sobreviver. Ele, filho de 8 irmãos, ainda moleque, abandonou a escola depois de ter sido expulso por consumo de maconha no banheiro junto com meia dúzia de pesos-mortos como ele. Contou com riqueza de detalhes como socou a professora de história só por causa que ela o reprovou pela segunda vez. Fiquei abismado com tanta maldade. Minhas mãos tremiam só de imaginar as cenas de horror. A coxinha de galinha já nem descia mais... Quase vomitei com o pseudo-roteiro de Jogos Mortais V.
Todos em volta riam e ele contava tudo com ar de sarcasmo, de Lex Lutor tupiniquim, um verdadeiro gêniozinho do crime. Disse que estudar era coisa pra otário, que nosso presidente não estudou e conseguiu chegar lá (bem que me disseram para não votar no Lula) na presidência. Na hora pensei se a acaso aquele meriante não estaria interessado em entrar para política?! Valei-me Cristo!! Quis me manisfestar, preferi o silêncio no lugar do discurso de justiceiro. Paguei a conta e voltei para meus cachorros e gatos, e o melhor de tudo, são e salvo do canibal vendedor de coxinhas.
2 comentários:
Podia acontecer com qualquer um.
O perigo era ele ter uma recaída com relação aos socos na professora e quisesse reviver aquilo caso rolasse alguma opinião contrária à dele..eu hem...Boca fechada não leva socos..kkkk
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