11 julho 2011

Sobre Turismo e Estrutura
Heraldo Palmeira

Recentemente, por conta de uma matéria com a cidade de Acari veiculada em rede nacional de tevê, escrevi um comentário pessoal a respeito da importância de, antes de se sonhar com faturamento em turismo, se entender que é fundamental pensar em infraestrutura.
Duas ou três vozes se esconderam em pseudônimos ou usaram terceiros para contestar, de forma confusa e velada, o que escrevi, ao invés de tentarem analisar com racionalidade os fatos e alertas óbvios que relacionei. Achei algo normal, vindo de gente que se esconde e, por isso mesmo, nunca apresentou qualquer projeto para nossa querida cidade, talvez por falta de capacidade intelectual mesmo. Assim, fica mais fácil vestir carapuças e assumir aquele ridículo papel de vítima ofendida.
Pobres criaturas que nada constroem ao longo da vida, são mesmo incapazes de compreender a diferença entre crítica e ofensa, o direito à opinião. Nessas horas, costumo sempre me aliar ao tempo, essa extraordinária grandeza que não poupa ninguém. O tempo que é senhor de tudo.
O tempo que passou pouco entre aquele meu texto e um acidente trágico com um helicóptero no litoral da Bahia, onde sete pessoas ligadas ao governador Sérgio Cabral, do Rio, perderam a vida. Estamos falando de uma região povoada de ricaços e consagrada no turismo internacional - bem diferente no meu querido e modesto Acari -, onde brasileiríssimos mar e terra da Bahia são vendidos como local de Primeiro Mundo exatamente porque atende a um público de alto poder aquisitivo. Mas, pelo visto, infestado de amadores na sua administração e fiscalização.
Pois bem, vejam esse texto publicado no site O Baianão , onde a autora, sem rodeios e compreensivelmente revoltada, revela um pedaço do drama que a falta de estrutura causou naquele pedaço da Bahia. Exatamente um local que a mídia vende como sendo um paraíso terrestre, onde tudo é mostrado como perfeito e pronto para receber o visitante.
Gostaria muito que as "vítimas" do que escrevi lessem esse texto da Aurea Catharina Rivera. Quem sabe, compreendem de uma vez por todas que transformar qualquer local em destino turístico é, definitivamente, coisa para profissionais. Sem contar uma grande quantidade de investimentos.
E pelo amor de Deus, que os pseudônimos ou as vozes transmitidas por terceiros não tentem me dizer que são casos diferentes, tá bom? Talvez, lendo duas ou três vezes, consigam entender que o tema central do texto da moça não é o acidente com o helicóptero, é a falta de estrutura. Isso mesmo: falta de estrutura. A mesma coisa que mata o sonho do turismo em Acari e pessoas muito ricas em Trancoso.
Quando os amadores entram em cena, preferem culpar quem escreve textos, como eu, Aurea Rivera ou qualquer voz pragmática e discordante. É mais fácil do que reconhecer as próprias incapacidades, assumir responsabilidades, propor algo.
No mais, sigo amando fervorosamente minha terra Acari e desejando que se construa um dia um bom negócio turístico ao redor dos encantos que ela oferece, como meio de promover o crescimento econômico da cidade e do nosso povo. Para isso, precisamos contar com nomes muito além daqueles que chegam armando seu circo na praça, apenas em busca de esquisitices locais para salvar sua audiência decadente.

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