Esse será meu endereço daqui há exatos dois meses. O condomínio não é um primor em organização, mas tem sim muitas qualidades. São 22 blocos, cada um com 16 apartamentos ou 16 famílias de classe média, a maioria funcionários públicos ou profissionais liberais. Meu futuro vizinho de cima, o 201, é militar aposentado e apreciador de uma cachacinha. Isso pra mim já é um ponto positivo, ao que tudo indica seremos uma parêa. Temos um advogado evangélico também simpático e um gringo português com tendências pedófilas que adora um dance nas alturas.
No 202, mora um camarada sisudo, cara de mal, meio hostil com os vizinhos, divorciado por duas vezes que sofre dos rins e detesta abrir o portão pra quem esquece o controle. Ele cria uma pinscher que foi comprada na clínica onde trabalho e por isso, eu acho, ele sempre é simpático comigo. Vai que o animal passa mal, ele vai precisar de um veterinário 24h, né?! No 401, mora um casal jovem recém chegados do Amazonas. Ela do lar, ele é técnico em segurança do trabalho, ambos são muito simpáticos e prestativos. Outro dia tomei umas latinhas com ele e percebi que adora Aviões do forró e o "Chupa que de uva...". Um ponto a menos pra ele.
Entre um bloco e outro existem várias árvores plantadas ainda na época em que foi construído o condomínio, em meados de 1990. Acácias, fixos, mangueiras, coqueiros, roseiras de todos os tipos e cores. Temos uma área de lazer e uma quadra de futebol onde os boys costumam jogar bola à noite. Por falar neles, detesto quando alguns insistem em jogar mirim de frente para janela, incomodando todos do bloco com a gritaria infame e as palavras de baixo escalão pronunciadas pelos mais exautados. Sem falar do papagaio do bloco 15, um pássaro ridículo que quando não toma o gardenal, fica na janela gritando feito uma besta-fera de asas.
Continua...
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