Minha mãe é professora. Houve um tempo em que ela se orgulhava disso. Seria piegas se não redundante dizer o quanto ela se orgulhou em ver o depoimento da colega Amanda Gurgel. Não só pelo brilhantismo de suas palavras, mas por sua coragem em dizer na cara dos "poderosos" as angústias, as frustrações e as reivindicações de uma classe desrespeitada e porque não dizer esquecida pelos nossos governantes.
As palavras de Amanda hoje ecoam como um grito ou talvez "um último suspiro" da minha mãe e de dezenas de milhares de professores que insistem em "salvar o Brasil" da ignorância. Uma "Missão Impossível" digna de filmes de Tom Cruise e sua ficção hollywoodiana. Vejo minha mãe debruçada sobre cadernetas, entre médias de notas e desmotivação e fico imaginando no que ela está pensando.
"Minha filha é professora!!", lembra das palavras orgulhosas de minha avó em uma época em que ter um filho(a) professor(a) era motivo de orgulho e admiração. Minha mãe está prestes a se aposentar e ela quer isso. Minha mãe é como muitas professoras iguais a Amanda. Ela quer apenas ser ouvida. Ela quer ir além de um quadro negro e uma sala de aula. Ela quer acima de tudo ser Respeitada.
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