Por Thiago PEDROSA*
Um belo dia, ouvindo uma rádio qualquer, você escuta uma canção
de uma banda, e acha o som massa. O locutor te apresenta a essa banda, e
você meio que começa a curtir toda vez que outra canção deles é
anunciada na rádio, e você começa a ler sobre essa banda em revistas de
música.
Um amigo seu tem uma fita K7 que foi reproduzida de uma outra fita de
outro cara que gravou do CD de alguém que o vizinho dele conhece. Você
reproduz essa fita, e passa a escutá-la sempre, até que um belo dia,
quando você tem um pouco de grana sobrando, você compra um CD original
dessa banda. Talvez até uma camiseta.
Sua vida segue. Você faz novos amigos, arruma uma namorada, descobre
novas bandas, compra novos CDs. Você arruma um emprego, amores vêm e
vão, você se muda de uma cidade para outra e para outra, você tem um
filho. E continua ouvindo aquela banda que descobriu na rádio, mesmo que
ela não esteja mais no foco da mídia. Você ouve simplesmente por que
curte o som deles, se identifica com suas letras.
Cada álbum por eles lançado foi ouvido em um período diferente da sua
vida. Cada canção embalou algum acontecimento. E de repente você se dá
conta que se passaram 20 anos desde que você descobriu aquela banda, e
que a música deles é a música da sua vida não por que você é um fã
acéfalo, mas por que a trilha sonora dos últimos 20 anos de sua vida
foram suas canções, seus acordes, suas palavras.
Hoje eu fui assistir PJ20, e não é
simplesmente um documentário contando a história de uma banda que eu
descobri em 1992, em uma rádio de Hamden-CT. É o filme de tudo o que eu
ouvi durante os últimos 20 anos, e de boa parte da formação de quem sou
hoje. Durante o filme eu tive, novamente, 16 anos. E a cada cena fui crescendo até chegar aos meus 35 anos de hoje. E minha vida segue, talvez por mais outros 20 anos. Que bom que a música tem sido tão boa.
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