Sim, eu vou lhe amar Em cada verso, o pensado, o espontâneo. Eu vou lhe amar em cada estrofe escrita à contra-gosto.
Eu vou lhe recitar em praça pública. Eu vou pregar o meu amor Aos incrédulos, aos maus amados e aos corações de pouca fé.
Eu vou lhe amar na rima pobre E na rima rara. Dodecassilabicamente eu vou lhe amar.
Pode ser até mesmo que eu cante por aí o meu amor. A capella, desafinado Sim, eu vou lhe amar No canto semi-tonado. Piano, andante, allego E com vibrato.
E quando na rouquidão Faltar-me a voz Porém não palavras. Eu vou lhe amar em braile.
Assim, Só para a gente fazer poesia, a dois.
Ana Paula Mangeon
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